Antecipando o concerto de domingo...

Ultimamente tenho desenvolvido o hábito de espreitar as partituras daquilo que oiço. Mesmo que não as siga por completo, vou quase sempre dar uma olhadela.
Desse hábito emergiu o respeito pelos intérpretes que seguem o mais de perto possível o que vem escrito. Para dizer a verdade sinto mesmo uma ligeira estranheza em interpretações cujo instrumentista em causa 'crie' a sua própria obra.
No início do CD, cuja capa se encontra à esquerda, Andreas Staier dá-nos um pequeno texto onde fala um pouco sobre a improvisação em meados do séc XVIII, tentando ainda revelar a posição de Mozart sobre esta matéria.
Serve esse pequeno texto para dar o mote à audição e justificar em parte a gravação "renovada" das três sonatas. O texto não convenceu mas, não posso dizer o mesmo quanto à música...

Mozart

Quando iniciei a minha viagem no mundo da música clássica não simpatizava muito com Mozart. Por vezes ainda desdenho das suas missas.
Felizmente tal arrogância é passageira. . . chegam-me os primeiros segundos da missa em dó menor. Fica aqui a sugestão da melhor versão que conheço - Herreweghe, claro está!

Fonógrafo Digital

No fonógrafo digital Andreas Staier e o Concerto Köln.

Staier em Mafra

Por motivos puramente egoístas este post tem sido consecutivamente adiado mas, agora que já tenho os bilhetes, fica aqui o anúncio. Andreas Staier estará em Mafra para dois concertos nos próximos dias 28 e 30 de Outubro. Os programas serão preenchidos com Schubert (dia 28) e Mozart (dia 30), os preços são muito acessíveis: 6 e 10 Euros. Como é seu hábito Andreas Staier estará à frente de um pianoforte:

dia 28 - pianoforte por Paul Mcnulty (modelo de Conrad Graf de 1819)

dia 30 - pianoforte por Paul Mcnulty (modelo de Walter 1792)

Ainda que a marca da discografia de Andreas Staier passe pela gravação de compositores menos editados, Schubert e Mozart estão também entre os seus discos. Deste último compositor realçaria os concertos para piano gravados com o Concerto Köln e o CD de Maio deste ano, com algumas das mais célebres sonatas de Mozart.

Live in Montreal

Mudando um pouco o registo dos últimos tempos, hoje ouve-se um pouco de "jazz". Não tenho a certeza se o termo será bem empregue mas, se "jazz" serve para classifcar algo que não se sabe muito bem o que é então a designação estará certa.
Egbeto Gismonti é brasileiro, filho de mãe italiana e pai libanês e por isso mesmo profundamente brasileiro. Assim também é a sua música, brasileira, com um incontornável toque "erudito".
No fonógrafo fica um cheirinho de "Live in Montreal" com "Lôro".

Música Coral e para Órgão de Luís de Freitas Branco

Quinta-feira, 6 de Outubro, 21.30h
Igreja de São Luís dos Franceses

Tantum Ergo (três vozes e órgão)

Prelúdio e Fuga sobre si mi lá ré dó

Veni Sancte Spiritus (uma voz e órgão)
Veni Sancte Spiritus (duas vozes e órgão)
O Salutaris (uma voz e órgão)
Tota pulchra es (uma voz e órgão)
O Gloriosa (uma voz e órgão)

Suite Ancienne
Prélude
Allemande
Menuet
Gigue

Bendito (uma voz e órgão)
Hino a Santa Teresinha (uma voz e órgão)
Responsórios do Espírito Santo (três vozes e órgão)
Invitatorium
Responsorium I
Responsorium II
Responsorium III

Rapsódia Portuguesa
Chant Religieux Portugais
Aria
Choral

Grupo Vocal Olisipo
Armando Possante-direcção
António Duarte-órgão

No Fonógrafo Digital

Louis Couperin por Laurence Cummings

Música Antiga

Num mundo de materialismo desenfreado, a música do séc. XVI/XVII torna-se uma espécie de refúgio da espiritualidade. Ouvir hoje a música de Dietrich Buxtehude ou Girolamo Frescobaldi é redescobrir uma tensão pelo infinito que, ainda que adormecida, não conseguimos deixar de sentir.