Thursday, May 27, 2010

Schon winkt der Wein im goldnen Pokale,
Doch trinkt noch nicht, erst sing ich euch ein Lied!
Das Lied vom Kummer soll auflachend
in die Seele euch klingen. Wenn der Kummer naht,
liegen wüst die Gärten der Seele,
Welkt hin und stirbt die Freude, der Gesang.
Dunkel ist das Leben, ist der Tod

(...)

Seht dort hinab!
Im Mondschein auf den Gräbern hockt
eine wildgespenstische Gestalt - Ein Aff ist's!
Hört ihr, wie sein Heulen hinausgellt
in den süßen Duft des Lebens!
Jetzt nehm den Wein! Jetzt ist es Zeit, Genossen!
Leert eure goldnen Becher zu Grund!
Dunkel ist das Leben, ist der Tod!



The wine is already beckoning in the golden goblet,
but do not drink yet - first, I will sing you a song!
The song of sorrow shall resound l
aughingly in your soul. When sorrow draws near,
the gardens of the soul will lie desolate,
wilting; joy and song will die.
Dark is life, dark is death.

(...)

Look down there!
In the moonlight, on the graves
crouches a wild, ghostly figure - It is an ape!
Hear how its howls resound piercingly
in the sweet fragrance of life!
Now take the wine! Now is the time - enjoy!
Empty the golden goblet to the bottom!
Dark is life, dark is death!

Thursday, February 18, 2010

Brahms também causa pele de galinha.

Monday, February 15, 2010

Fonógrafo Digital

Mais uma vez Amália. Fado Primavera, àlbum "Segredo".
Poema de David Mourão-Ferreira

Primavera


Todo o amor que nos prendera

como se fora de cera

se quebrava e desfazia

ai funesta primavera

quem me dera, quem nos dera

ter morrido nesse dia


E condenaram-me a tanto

viver comigo meu pranto

viver, viver e sem ti

vivendo sem no entanto

eu me esquecer desse encanto

que nesse dia perdi


Pão duro da solidão

é somente o que nos dão

o que nos dão a comer

que importa que o coração

diga que sim ou que não

se continua a viver


Todo o amor que nos prendera

se quebrara e desfizera

em pavor se convertia

ninguém fale em primavera

quem me dera, quem nos dera

ter morrido nesse dia

Thursday, February 04, 2010

O Beethoven (Muti) carrancudo vs o Beethoven (Abbado) sorridente



Tuesday, February 02, 2010

Ainda Brahms

Primeiro pensei por este link apenas como áudio, tantas vezes fixam-se câmaras sobre o maestro sem que isso traga qualquer interesse. Com Kleiber não é o caso, a sinfonia parece emanar do seu corpo, observando Kleiber ouve-se mais e melhor. Sem espalhafatos Kleiber é de uma intensidade constante, oiça-se o solo de flauta no minuto 3:09.

Tuesday, January 26, 2010

Esta semana

a proposta chega através da minha irmã (obrigado mana!). Não conheço Hugo Wolf, mas a primeira reacção é de simpatia para com este ciclo de canções. Como ser português e não sentir-se atraído pela decadência?

Friday, January 22, 2010

Leonard Bernstein também andou a ler este blog

(…)

Brahms was a true Romantic containing his passions in classical garb. It was clearly a case of self-limitation.

(…)

Let’s go back to the Fourth Symphony finale. Perharps the most remarkable thing about this movement is that it ends in rage and fury in E minor, just as it began. There is no final repose, no glorious sunburst in the major mode, as we might expect. No; his last symphony – biographers tells us that he knew this would be his last symphony - is that clenched first raised in hot diafance to the heavens. Just listen to the ending, that brief but shattering final coda: pure rage, but classically contained.

Saturday, January 16, 2010

Teatro Malibran, 16 de Janeiro de 2009

Ludwig Van Beethoven
Coroliano Overture

Sem Comentários. Indiferença. Mais por culpa da interpretação do que da obra.

Wolfgang Amadeus Mozart
Sinfonia concertante per oboe, clarinetto, corno, fagotto e orchestra in mi bemolle maggiore KV Anh. I, 9 (KV3 297b; KV6 Anh. C 14.01)

Basta que o programa tenha Mozart, ainda que venha a ser mau tocado, e tenho a certeza de sair satisfeito da sala de concertos. Com o passar dos anos perdem-se os ídolos, chega o sabor amargo das primeiras desilusões. Descobre-se que estamos constritos a amar o que é imperfeito, pior, que o nosso amor também o é. Mozart resta-nos como um recanto sem mácula, é a melancolia do conforto que uma vez sentimos na infância. Mozart é este retorno. Talvez por isso a sua música seja fácil para os ouvidos de uma criança, elas percebem-no melhor. Gostar de Mozart é ser lhe grato por este regresso.

Johannes Brahms
Sinfonia n. 4 in mi minore op. 98

Claramente a obra estudada pela orquestra durante a semana. Muito bem interpretada, cheia de brilho e vigor. Brahms... por quanto tempo dei-lhe as costas! Brahms é um touro enjaulado entre as grades do classicismo, é preciso aprender-lhe a ouvir os cascos que batem contra o solo, conhecer-lhe as cicatrizes das investidas contra as barras de ferro. Uma vez desvendado o touro por detrás de toda aquela beleza arquitéctonica descobre-se-lhe a intensidade. Torna-se difícil não sair em êxtase tendo ouvido este quarto andamento.

Friday, January 15, 2010

O Fonógrafo Digital está de regresso

Há uns aninhos quando comecei este blog podia ouvir-se música clicando num pequeno link situado abaixo da imagem à direita. Invenção à qual dei o giocoso e inspirado nome de fonógrafo digital. Já não me recordo muito bem porque razão comecei a ter problemas com os links e desisti da ideia. Hoje, através de um elaborioso processo de "learning by copying", reaprendi. Ei-lo de volta.

Primeira escolha, "Com que Voz" de Amália Rodigues.

Thursday, January 14, 2010

Impossível...



... não partilhar o sorriso com Edith Mathis. Não querer dar-lhe um beijinho quando com olhar maroto procura Bernstein.

Tuesday, January 12, 2010

Perdidos e Achados



Como com quase tudo que nos ensinam os pais, já tarde dei-lhes razão e comecei a ouvir Amália. Passei então a devorar a sua discografia, os poemas que cantou, as suas fotos. Nesta viagem de descoberta quis ouvir “Com que Voz” e descobri que está fora de catálogo, um dos seus melhores trabalhos fora de catálogo. Talvez o sucesso do projecto Amália hoje leve a reedição do disco, pelo que assim poderíamos atribuir-lhe ao menos uma virtude. Mas enquanto sai e não sai, ninguém por acaso conhece uma lojinha de discos onde se venda esta preciosidade? Obrigado, obrigado, obrigado.

Sunday, December 27, 2009

Sub Postagem

até 8 de Janeiro - emigrante regreassado para mini-férias.

Friday, December 18, 2009

Kronos Quartet interpreta Carlos Paredes

Romance nº1


Verdes Anos

Ainda que verdes anos seja uma espécie de hino nacional, o arranjo do romance parece-me mais interessante. Boa escuta.

Thursday, December 17, 2009

An obvious first choice

How to describe my feelings having just heard two performances and the recording of the Turangalîla Symphonie, conducted by the inspired Myung-Whun Chung?

At the moment, in association with the publishing house of Durand, I am preparing a new edition of the Turangalîla-Symphonie to include some small changes that have been suggested to me by my hearing around two hundred performances of the work, in different cities and different countries. The magnificent version of the Turangalîla-Symphonie that has been now been achieved by Myung-Whun Chung, by the two soloists Yvonne Loriod and Jeanne Loriod, and by the Bastille Opera Orchestra, takes account of these modifications, and answers perfectly to all my desires. These are the correct tempos, the correct dynamics, the right feelings and the right joy! Coming after the many excellent interpretations that we already know, this new version, superb from every point of view, can be considered henceforth the definitive account.

Olivier Messiaen

Saturday, December 12, 2009

Ouvindo


uma leitura pouco habitual de Mozart. Celibidache é conhecido pelos seus tempos lentos, pela sua interpretação de tempo, pela sua aversão às gravações. Celibidache explica-se, o tempo não é ditado pelo metrónomo mas depende da riqueza de sons em cada momento da peça, o microfone capta apenas parcialmente o som de uma sala de concerto, de uma igreja, do fenómeno acústico. Uma vez perdida esta riqueza os seus tempos parecem lentos, as gravações são uma lembrança do que foi realmente escutado naquele dia.

Bem, numa perspectiva inteiramente metronómica, Celibidache é lento. Em Bruckner resultaram daí as melhores gravações das suas sinfonias, ainda que o risco fosse elevado pois Bruckner mesmo em fast forward é já uma boa hora e meia de música. Em Mozart não sei ainda o que dizer, mas para já vou preferindo as interpretações à la Herreweghe.